Pensar em desenvolver atividades florestais no semi árido nordestino de forma empreendedora e com lucratividade sem abrir mão da sustentabilidade parecia um sonho difícil de realizar para um recém formado como engenheiro florestal graduado em uma universidade implantada no sertão paraibano de Patos.Era inicio dos anos 2000 quando resolvi fazer o curso de mestrado na UFPB de Campina Grande e aquela experiência abriu minha cabeça para sempre. Lá conheci diversos colegas engenheiros civis,mecânicos,agrônomos ,agrícolas e outros vindos das mais diversas regiões do pais acreditando no conhecimento dos nossos professores mestres da Paraíba focando as mais diversas teses relacionadas as atividades rurais do pais como construção de silos, estruturas de madeiras para instalações rurais,conforto térmico dos animais,projetos agropecuários de ponta,etc.temas que ao meu ver eram muito mais complicados economicamente do que aproveitar o potencial florestal da nossa região.Comecei a ler muito e observar as demandas e constatar como era grande o deficit de madeira para consumo tanto no campo energético como de madeiras.Observei que 90% ou mais da madeira usada para construções no meio rural da região provinha de madeiras importadas da região norte e por isso mesmo bastante cara. Por outro lado comecei a pesquisar a importância do da exploração do manejo florestal sustentado para substituir matrizes energéticas em estabelecimentos industriais da região nordeste que utilizavam gás natural e energia elétrica. De inicio parti para um trabalho preliminar de conscientização nas principais industrias consumidoras de madeiras do Estado como cerâmicas, calcário e panificadoras as quais trabalhavam recebendo esses recursos florestais de forma clandestina e tentamos convence los da importância de de fazermos parcerias e implantar projetos regularizados que suprissem suas demandas. Percorri a maioria dos grandes consumidores de lenha do Estado da Paraíba muitas vezes encaminhado por técnicos do próprio IBAMA já que os referidos consumidores alegavam sempre não haver áreas legalizadas para compra de lenha e muito menos profissionais especializados para fazer projetos de Manejo Florestal no Estado mesmo havendo muita madeira disponível.Em cada estabelecimento fazíamos uma explanação da importância e como realizar essa regularização incluindo orçamentos e critérios a serem obedecidos.Mais apesar de todo esforço nosso poucos se interessaram e a maioria alegava falta de condições financeiras para bancar tamanho investimento.Ao me deparar com este quadro de exacerbada negligência e irresponsabilidade observei naquilo uma oportunidade de preencher uma lacuna de mercado totalmente aberta e de grande potencial.Imediatamente montei uma equipe e comecei a procurar propriedades rurais com excelente potencial madeireiro e de tamanhos consideráveis onde por meio de arrendamento colocaríamos a disposição para a venda de madeiras e ou arrendamentos das unidades de produção.Ao aprovar os primeiros projetos muitos Usuários de medeiras para energia se interessaram mais o negócio não se concretizava por falta de mão de obra disponível para a exploração desses recursos. Aproveitando mais essa carência decidimos vender a madeira já explorada e se preciso entregue onde houvesse necessidade do transporte.Felizmente toda essa conjuntura de dificuldades acabou fazendo surgir a Mata Branca Agroflorestal. |